Comédias Takeaway
Rádio Comédias – A Imaginação Sem Fios | Nº 4 | Fevereiro 2021
Um dia, Carlos Vaz Marques, no programa Pessoal e Transmissível, da TSF, perguntou ao escritor António Tabucchi – Para que serve um livro? – O escritor fez uma pausa e respondeu: Num mundo em que tudo tem de ser útil, um livro talvez seja um objeto inútil, mas imprescindível.
É desta convicção que partimos – da arte como um bem imprescindível.
À semelhança de um restaurante, também nós queremos disponibilizar uma ementa variada em regime de takeaway, mas não de fast-food, e perguntamos – A sua imaginação tem fome de quê? – Sabemos que de barriga vazia e sem teto, tudo o resto importa pouco. Mas sabemos, também, que o hospital e a arte são ambos necessários em proporções justas.
Em COMÉDIAS TAKEAWAY, disponibilizamos uma série de conteúdos para ver em casa: uns realizados há mais ou menos tempo e outros, agora, em construção. Entre as iguarias, temos: filmes, registos de espetáculos, conversas, podcasts e talvez o que ainda não somos capazes de imaginar. Oferecemos, assim, “refeições para o espírito”, um menu diversificado para fomes variadas, que podem fortalecer o nosso ânimo e alimentar a esperança.
Magda Henriques
Suplementos
Nesta secção podemos encontrar suplementos dedicados a temas diversos. Cada um com nutrientes concentrados para carências ou manutenções variadas.
Recordamos que os suplementos não substituem um regime alimentar diversificado, nem uma vida vivida.
SUPLEMENTO 1 – [ESTÁVAMOS] PARA LÁ DO TEMPO
DESINVENTAR O QUOTIDIANO
Num ano dominado pela imprevisibilidade, tomamos a imaginação como ferramenta essencial para viver – como um detonador do espanto. Einstein terá dito: “Não tenho talentos especiais. Sou apenas apaixonadamente curioso”. Reclamamos, à semelhança de uma criança, uma imaginação indomesticada. Convocamos a louca da casa e com ela a liberdade! Desinventamos! Andamos com os pés no céu. Abrimos a janela do quarto, fechamos os olhos e ouvimos o concerto lá fora. Estas são propostas para exercitar a imaginação e desinventar o seu quotidiano.
CINEMA
Ao longo do tempo, fomos produzindo filmes. Nesta secção percorremos um largo espectro cinematográfico: desde a ficção protagonizada pelos nossos atores e amadores, aos documentários sobre as Comédias do Minho, até aos filmes paralelos à criação de espetáculos. O cardápio é variado e será ampliado regularmente. Para dar ainda mais sabor a esta experiência, disponibilizamos conversas públicas com os realizadores.
No princípio o que havia era um documentário sobre o Alvarinho.
Ver FilmeDepois de filmar o documentário Comédias do Minho, em 2012, o realizador Paulo Menezes regressou aos municípios do Vale do Minho
Ver FilmeO filme procura revelar o trabalho realizado pelas pessoas das Comédias, entre actores, técnicos e coordenadores e o seu impacto.
Ver FilmeFilmado durante a Ocupação Minhota das Comédias do Minho no Teatro Nacional Dona Maria II
Ver FilmeCONTRA-BANDO foi um espetáculo de Teatro-Dança que se apresentou em casas de aldeia do Vale do Minho.
Ver FilmeEm 2010, crianças dos 6 aos 10 anos, e seniores a partir dos 65 anos do Vale do Minho formaram um coro de cerca de 600 elementos
Ver FilmeA Queima de Judas é uma festa popular que tem lugar no sábado que antecede a Páscoa, na qual se recupera o ritual pagão da morte do ano velho e da chegada da primavera
Ver FilmeO documentário de Sofia Marques tem origem nos ensaios do espectáculo Deu-la-Deu das Comédias do Minho que recriou a lenda de Monção em 2009.
Ver FilmeA partir d’ O Dia da Inês Negra de Igor Gandra (2007).
Entre 2007 e 2009 as Comédias do Minho foram os re-criadores desta lenda de Melgaço.
PODCASTS
Esta é a secção onde privilegiamos a iguaria da escuta. Ao longo das semanas teremos um menu que varia do documental ao ficcional. A equipa das Comédias do Minho criou três podcasts, onde se propõe a contar-lhe histórias! Temos estórias contadas ao ouvido, para o desconcertar. Temos culinária temperada com conversas sobre amor. E temos objetos que ganham vida para contar a sua história. Ao longo do tempo, teremos conversas informais, à volta da mesa, com autores, pensadores e criadores.
Contam-se estórias
Estes podcasts foram pensados para responder a interesses, estados de espírito, disponibilidades de tempo e idades diversas.Porque somos feitos de estórias e elas podem ajudar a compreendermo-nos melhor, a nós e aos outros. A aproximarmo-nos de lugares não experimentados, a aumentar a empatia, a exercitar a imaginação e a liberdade, a ampliar paisagens, a encontrar alguns sentidos para a vida e a projetar outros. As estórias permitem-nos, ainda, perceber que não estamos sozinhos no que sentimos e pensamos.
Da comida e do amor
de Luís Filipe Silva
José Tolentino Mendonça, no seu discurso do 10 de junho de 2020, enunciou uma parábola atribuída a Margaret Mead. Perante a pergunta: Qual seria, para ela, o primeiro sinal de civilização? A antropóloga, ao contrário da expectada alusão aos “primeiros instrumentos de caça ou os ancestrais recipientes de barro”, responde que identifica um fémur quebrado e cicatrizado como o primeiro vestígio, e justifica que no reino animal qualquer “ser ferido está automaticamente condenado à morte”.
O gesto de cuidar do outro, quando este se encontra mais frágil, está no dealbar de um “momento completamente novo”. Mais do que qualquer revolução tecnológica, é o amor e o cuidado pelo próximo que estão na raiz da civilização humana.
Durante os meus 38 anos de vida, fui testemunha de um gesto que se repete diária e ininterruptamente: o pequeno-almoço que o meu pai prepara para a minha mãe e lhe leva à cama.
“Da comida e do amor” é um podcast onde, a partir de receitas, se contam estórias que são como fémures cicatrizados que nos falam de amor. Aqui, uma vez mais, se confirma a conversa como uma das mais belas atividades humanas.
Episódio 10 “Frango guisado com esparguete, uma receita de amor”
Episódio 9 “Arepas – uma receita transatlântica”
Episódio 8 “Cozido à portuguesa, uma receita presencial”
Episódio 7 “Papas de farinha “milha”, uma receita de carinho”
Episódio 6 “Feijoada à Quinta das Águia, uma receita sustentável”
Episódio 5 “Uma receita da terra”
Episódio 4 “Rabanadas de vinho tinto, uma receita fora do tempo”
Episódio 3 “Esparguete à Bolonhesa, uma receita erótica”
Episódio 2 “Massa com salmão fumado, uma receita comunitária”
Episódio 1 “Pêssegos com vinho e açúcar, uma receita literária”
A tua mesa odeia-te
de Tânia Almeida
Pequena entrevista informal a objetos inanimados, pertencentes às Comédias do Minho. Um espaço dedicado a dar voz a elementos chave da Companhia e a descobrir um pouco sobre o que escondem as carrinhas, os figurinos, os adereços ou aquela toalha da digressão de 2006.
Estórias que nos tiram do sítio
de Rui Mendonça, Alice Silva, Magda Henriques e convidados
“Se o livro que lemos não nos acorda, como um murro na cabeça, para que o lemos?” Kafka
Aqui escutamos estórias lidas por diferentes vozes. Umas são muito curtas, um sopro. Outras um pouco mais longas, podem até dividir-se por episódios. Às vezes um poema. Têm em comum o potencial de nos tirar do nosso sítio. Desconcertar-nos. Acordar-nos. À semelhança da vida, algumas destas estórias trazem-nos momentos felizes, outras nem por isso. Algumas com humor, outras nostálgicas e outras ainda enigmáticas. Todas transportam consigo a possibilidade de provocar um sobressalto, mesmo sabendo nós que cada pessoa se sobressalta com coisas diferentes.
Para graúdos
A partir dos 14 anos, acreditamos que qualquer um pode aceder.
Para miúdos
Estas são estórias a pensar, especialmente, em ti.
Deita-te ou senta-te confortavelmente. Fecha os olhos. Escuta com o corpo todo e vê com a imaginação.
Da comida e do amor, de Luís Filipe Silva
José Tolentino Mendonça, no seu discurso do 10 de junho de 2020, enunciou uma parábola atribuída a Margaret Mead. Perante a pergunta: Qual seria, para ela, o primeiro sinal de civilização? A antropóloga, ao contrário da expectada alusão aos “primeiros instrumentos de caça ou os ancestrais recipientes de barro”, responde que identifica um fémur quebrado e cicatrizado como o primeiro vestígio, e justifica que no reino animal qualquer “ser ferido está automaticamente condenado à morte”.
O gesto de cuidar do outro, quando este se encontra mais frágil, está no dealbar de um “momento completamente novo”. Mais do que qualquer revolução tecnológica, é o amor e o cuidado pelo próximo que estão na raiz da civilização humana.
Durante os meus 38 anos de vida, fui testemunha de um gesto que se repete diária e ininterruptamente: o pequeno-almoço que o meu pai prepara para a minha mãe e lhe leva à cama.
“Da comida e do amor” é um podcast onde, a partir de receitas, se contam estórias que são como fémures cicatrizados que nos falam de amor. Aqui, uma vez mais, se confirma a conversa como uma das mais belas atividades humanas.
A tua mesa odeia-te, de Tânia Almeida
Pequena entrevista informal a objetos inanimados, pertencentes às Comédias do Minho. Um espaço dedicado a dar voz a elementos chave da Companhia e a descobrir um pouco sobre o que escondem as carrinhas, os figurinos, os adereços ou aquela toalha da digressão de 2006.
Estórias que nos tiram do sítio, de Rui Mendonça, Magda Henriques e convidados
Para miúdos
Estas são estórias a pensar, especialmente, em ti.
Deita-te ou senta-te confortavelmente. Fecha os olhos. Escuta com o corpo todo e vê com a imaginação.
Para graúdos
A partir dos 14 anos, acreditamos que qualquer um pode aceder.
“Se o livro que lemos não nos acorda, como um murro na cabeça, para que o lemos?” Kafka
Aqui escutamos estórias lidas por diferentes vozes. Umas são muito curtas, um sopro. Outras um pouco mais longas, podem até dividir-se por episódios. Às vezes um poema. Têm em comum o potencial de nos tirar do nosso sítio. Desconcertar-nos. Acordar-nos. À semelhança da vida, algumas destas estórias trazem-nos momentos felizes, outras nem por isso. Algumas com humor, outras nostálgicas e outras ainda enigmáticas. Todas transportam consigo a possibilidade de provocar um sobressalto, mesmo sabendo nós que cada pessoa se sobressalta com coisas diferentes.
Adivinha Quem Vem Lanchar
Este é um programa de conversas informais entre a equipa das Comédias do Minho e alguns convidados surpresa. A identidade do convidado é revelada à equipa aquando da sua chegada ao lanche, que acontece por via digital. Os convidados são pessoas com experiências muito variadas, com quem temos maior ou menor proximidade, e cujo percurso profissional admiramos. Estes lanches aconteceram entre Abril e Julho de 2020, durante o primeiro confinamento motivado pela pandemia. Surgiram da vontade de pensarmos, dentro da equipa, a partir de diferentes lugares (da economia, da sociologia, da produção artística, da curadoria…) sobre o que estamos a viver. Lanchamos juntos para imaginar o futuro que há-de vir e pensar sobre como podem as Comédias do Minho contribuir. Sirva o seu chá e sente-se connosco.
TEATRO: registos de espetáculos
Nesta secção, apresentamos registos videográficos dos nossos espetáculos de teatro. Muitos foram cozinhados de forma simples, para integrar o nosso arquivo, encontrando um novo fôlego em Comédias Takeaway. Outros, foram já confecionados de forma mais elaborada, para o contexto digital. Todos são registos. Nenhum substitui o sabor de um espetáculo presencial.
Espera aí!
Se eu tenho uma coroa, sou a princesa
Se sou a princesa, tenho um cavalo
Se tenho um cavalo, saio do castelo
Se saio do castelo…
Tic tac, Tic tac…. Um espetáculo que viaja entre movimentos e constelações para falar sobre as diferentes estações
VerQuero saber tudo até à hora do almoço, e depois dos gomos de laranja quero saber mais e mais, até me cansar.
VerEsta noite, Perséfone vai ter que dormir sozinha, ainda por cima num quarto que não é o dela, recheado de sombras estranhas e ruídos assustadores.
Ver“Mãe, o que há dentro do coração?”, perguntou-me um dia a minha filha.
Ver