ENCONTROS EXCÊNTRICOS*
DA ARTE E DA EDUCAÇÃO
*entenda-se a excentricidade enquanto um exercício de procura da raiz da liberdade.
14 de OUT | 17:00
(disponível durante 48h)
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Folha de Sala
COMÉDIAS DO MINHO 2020
Nas Comédias do Minho, o atípico ano de 2021 começa em 2020, com o início do ano letivo.
PARA QUE SERVEM ESTES ENCONTROS?
Os Encontros Excêntricos servem para apresentar o programa do Projeto Pedagógico das CdM e apontar algumas pistas da programação geral. O futuro é incerto, mas comprometemo-nos a procurar – sempre – forma de chegar até vós. Nesta edição, chegamos em formato digital, através do nosso facebook.
As Comédias do Minho existem para as pessoas. Para que as pessoas possam escolher estar próximas de nós (seja de que forma for) é importante que saibam o que fazemos, como, porquê e com quem. Este é o momento em que apresentamos alguns criadores que estarão a trabalhar connosco (e que estarão convosco) ao longo dos próximos meses.
Convidámos Tânia Guerreiro, Afonso Cruz, Márcia Lança e Ana Madureira para nos falarem um pouco sobre os projetos que estão a desenvolver com as Comédias do Minho.
E porque estes Encontros servem, também, como espaço de debate sobre a relação entre a arte e a educação, exibimos o filme Revoada (2017). Este é um documentário de Eva Ângelo que deambula com Álvaro Laborinho Lúcio pelos caminhos da educação, da arte e da cidadania.
PROGRAMA
·Vídeo de Apresentação dos Encontros Excêntricos, com Magda Henriques, Alice Silva, e convidados – Márcia Lança, Ana Madureira, Tânia Guerreiro, Afonso Cruz.
·Filme REVOADA, de Eva Ângelo, 2013 – 2017, Documentário [47min]
[Os Encontros Excêntricos estarão disponíveis para visualização durante 48h.]
CONVIDADOS
Márcia Lança
Performer e Coreógrafa. Em 2008, fundou a VAGAR – Associação Cultural, da qual é Diretora Artística. É licenciada em Antropologia, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Iniciou a sua formação em Artes do Espetáculo no Chapitô, em 1999. Fez formação em dança e performance com Xavier le Roy, Thierry Bae, Sofia Neuparth, Vera Mantero, Francisco Camacho, Joan Casellas e Emmanuelle Huynh. Durante a sua formação passou pelo CCN de Montpellier, a SNDO de Amesterdão e, em Portugal, pelo Fórum-Dança e pelo c.e.m. – Centro em Movimento, entre outros. Estudou voz no Conservatório Regional do Baixo Alentejo e composição vocal com Francisco D’Orey, Catherine Rey, Meredith Monk e Lúcia Lemos. Em 2006, recebeu o primeiro prémio do Programa Jovens Artistas Jovens, com o solo Dos joelhos para baixo. Destaca o trabalho de intérprete e colaboradora com os artistas João Fiadeiro (projecto Existência, Para onde vai a luz quando se apaga? e O que fazer daqui para trás), Cláudia Dias (cocriação de 3 Figuras do Excesso, colaboração em Visita Guiada e interpretação em Das coisas nascem coisas), Sónia Baptista (cocriação em Triste in English from Spanish) e Alex Cassal (interpretação em T-Rex). Em 2012, desenvolve Mecânica, um projecto de investigação artística com João Calixto de onde resultam dois espectáculos: Mecânica 1 e Mecânica 2. Das suas criações mais recentes, destaca Nome, em colaboração com Carolina Campos, e Evidências Suficientes para a Não Coerência do Mundo, ambos estreados no Negócio|ZDB. Estreia 9 Possible Portraits no SpielArt Festival, em Munique, e O Desejo Ignorante, com Aniol Busquets e Tiago Hespanha, no Teatro Maria Matos em Lisboa, no quadro do Festival Temps d’Images.Em 2016, estreou a sua primeira obra para crianças, Por esse Mundo Fora, em cocriação com Nuno Lucas, no Teatro Municipal Maria Matos, em Lisboa. Dentro do Coração foi criado para o mesmo público e é uma coprodução da VAGAR com as Comédias do Minho e o LU.CA – Teatro Luís de Camões. O espetáculo será apresentado no Vale do Minho, entre Novembro e Março de 2021.
Ana Madureira
Nasceu em 1980. Licenciada em Direito pela FDUC, mergulhou na formação em teatro, dança e clown. Autodidacta nas áreas da música, ilustração e escrita. Iniciou o seu trabalho artístico no CITAC e depois integrou a companhia Circolando. No Instituto Grotowski alargou a sua ideia e experiência de canto, voz e presença teatral com os mestres Sergey Kovalevich e Natalka Polovynka. Durante dois anos esteve no c.e.m- Centro em Movimento, onde trabalhou com Sofia Neuparth e Ana Rita Teodoro, entre outros. Depois disso, começou a criar com a comunidade: Noveloteca, convite de Madalena Victorino para o Festival Todos 2010; Guia-me, convite da Casa das Brincadeiras para o Manobras 2011; teus imaginarius meus (Festival Imaginarius 2012); Viagem pelo desconhecido conhecido de mim e Pé no mar, cabeça na terra, (Centro Cultural de Ílhavo)- são todos eles projectos que partem das Histórias das pessoas e resultam em publicações de autor, instalações, visitas guiadas e ateliers de formação. Das suas criações de teatro, destaca os solos CabraCega (2012), apoiado pela Circolando e pela DGArtes (Apoio à Internacionalização das Artes 2012 e 2013); e Dama Pé de Mim (2016), encomenda do Projecto Pedagógico das Comédias do Minho, que marca o início do seu percurso pelo teatro/dança para a infância. Neste território, trabalhou também com Ana Borges e Helen Ainsworth (Quando for amanhã de manhã… e Abel e Amália), TEP-Teatro Experimental do Porto (Manda os teus pais passear) e Márcia Lança (Dentro do Coração). Com Vahan Kerovpyan, músico e ilustrador parisiense, criou Lav Lur, um dueto musical-teatral convidado pelo Instituto Grotowski para os festivais Bonds of Culture 2015 e Theatre Olympics 2016, Polónia. Foi membro do Clown Laboratori Porto, plataforma de formação e experimentação na arte do palhaço, onde trabalhou com Pedro Fabião. É palhaça de hospital na Operação Nariz Vermelho. Depois de Dama Pé de Mim, regressa às Comédias do Minho como cocriadora e performer do espetáculo Dentro do Coração, de Márcia Lança. A circulação no território de atuação das CdM será feita entre Novembro e Março de 2021.
Tânia Guerreiro
Nasceu em Lisboa em 1974. Tem o Curso de Formação de Atores da Escola Superior de Teatro e Cinema, de Lisboa (2002) e o Master of Drama in Acting da RSAMD – Royal Conservatoire of Scotland, Glasgow (2003), para o qual recebeu a Bolsa de Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura. É licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Em 2013/2014 frequentou o mestrado em Gestão e Estudos da Cultura, ramo Gestão Cultural no ISCTE. É membro do Teatro do Vestido desde 2001, companhia em que desenvolve o seu trabalho como atriz, cocriadora e figurinista e em que assume também funções na direção, ao nível da gestão e administração da mesma. Foi cocoordenadora do livro Teatro do Vestido – um dicionário. Como atriz destaca o seu trabalho com o Teatro do Silêncio, em Na Margem da Vida, de Gao Xingjian, e Rádio Pirata, encenações de Maria Gil; com o Teatro Meridional em À Manhã, de José Luís Peixoto, encenação de Natália Luiza e Miguel Seabra; e com a Companhia de Teatro de Almada, em Noite da Liberdade, de Ödön von Horváth, Migrantes, de Matéi Visniec, Nathan, o Sábio, de Gotthold Ephraim Lessing e Mártir, de Marius von Mayenburg, todos com encenação de Rodrigo Francisco. Internacionalmente destaca a sua participação como performer em Corpo Ilícito, direção de Guillermo Gomez-Peña, por La Pocha Nostra coletivo, sediado em São Francisco; em The Voices, texto e direcção de Tim Etchells, pela companhia britânica Forced Entertainment; e também a sua participação em Lost Ones, uma criação coletiva com direção de Matthew Lenton, pela companhia escocesa Vanishing Point. Trabalha pontualmente para cinema e televisão. Entre janeiro de 2009 e junho de 2016 integrou, como assistente de programação, a equipa do CCB/Fábrica das Artes, o projeto educativo do Centro Cultural de Belém. Foi convidada pelas Comédias do Minho para escrever, dirigir e encenar a última criação teatral de 2020 da companhia. O espetáculo [Estávamos] para lá do tempo tem como ponto de partida a obra e pensamento de Álvaro Laborinho Lúcio. É uma criação sobre a memória, o tempo e a verdade.
Afonso Cruz
Além de escritor, Afonso Cruz é também ilustrador, cineasta e músico da banda The Soaked Lamb. Nasceu em 1971, na Figueira da Foz. Mudou-se para Lisboa, onde frequentou a Escola Artística António Arroio. Mais tarde, completou a sua formação na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e no Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira. Fez cinema de animação e viajou por mais de oitenta países. Entre 2008 e 2020, publicou cerca de trinta livros, entre romances, peças de teatro, não-ficção, livros infantojuvenis e uma enciclopédia ficcional. São da sua autoria Paz Traz Paz, Jesus Cristo Bebia Cerveja, Para Onde Vão os Guarda-Chuvas e A Boneca de Kokoschka. Ilustrou e escreveu livros infantis, entre os quais A Contradição Humana, A Cruzada das Crianças, Os Pássaros e Assim, Mas Sem Ser Assim – Considerações de um misantropo. Conquistou prémios tão distintos como o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2010, o Prémio Literário Maria Rosa Colaço 2009, o Prémio da União Europeia para a Literatura 2012, o Prémio Autores 2011 SPA/RTP, o Prémio Autores, para Melhor Ficção Narrativa, atribuído pela SPA em 2014, o Prémio Fernando Namora 2016, o Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga/APE, o Selo Cátedra 10, da UNESCO, e o Prémio FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil do Brasil). Recebeu ainda o Prémio Nacional de Ilustração 2014, foi Lista de Honra do IBBY – Internacional Board on Books for Young People e Melhor Livro do Ano da Time Out 2012. Acaba de vencer a quinta edição da Bolsa de Residência Literária em Berlim, promovida pela Embaixada de Portugal na Alemanha e pelo Camões – Centro Cultural Português. Durante um mês, vai desenvolver um novo trabalho inspirado nas separações e travessias clandestinas que o muro de Berlim provocou, bem como nas vivências do próprio pai enquanto estudante de fotografia em Colónia. Foi convidado pelas Comédias do Minho para escrever o texto que marca o final de quatro anos de programação orientados por uma ideia de Justiça.
DOCUMENTÁRIO
REVOADA, de Eva Ângelo, com Álvaro Laborinho Lúcio
Este documentário resulta da vontade de partilhar e assim facilitar o acesso ao pensamento de Álvaro Laborinho Lúcio. Aqui a forma como se diz, o que se diz, é mobilizadora da alma e potenciadora do agir. Deambulamos pelos caminhos da educação, arte e cidadania e percebemos que assistir ao exercício do pensamento, enquanto prática da inteligência e na sua dimensão poética, pode ajudar à transformação.
Importa ir. Importa que lutemos por aquilo em que acreditamos e “que não nos apeemos cedo de mais”. Importa que façamos os caminhos apesar das pedras e com as pedras. O rigor e o entusiasmo das convicções que aqui se apresentam são proporcionais à disponibilidade para reconhecer que outras podem ser melhores.
Esta forma de dizer o mundo, de se referir a ele, de mudar de sítio aquilo que por hábito se instalou e deixou de nos interpelar, dá lugar ao espanto e assim torna visível e cria outras possibilidades, outras paisagens, reacendendo as perguntas, o pensamento e a ação.
*Revoada: refere-se a um voo conjunto e a um retorno à raiz. Em sentido figurado significa também ensejo e oportunidade. Tomamos a revoada, enquanto momento inesperado, desconcertante e belo para aludirmos ao encontro com Álvaro Laborinho Lúcio.
Ficha técnica
Programação e participação especial: Magda Henriques | Realização e montagem: Eva Ângelo | Pós-produção áudio: Quico Serrano | Produção: Circular Associação Cultural | A Circular é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal/Secretário de Estado da Cultura/Direcção-Geral das Artes e Câmara Municipal de Vila do Conde | Apoio: Delta Cafés | Agradecimentos: Dina Magalhães e Paulo Vasques; Carmen Calisto, Inês Andrade; Maria Ana Krupenski , Sónia Ângelo e Henrique Caetano; Zeferino Mota; Academia Contemporânea do Espectáculo, Casa do Professor em Braga, Casa da Escrita em Coimbra; Aos jovens e adultos, presentes nas conversas com Álvaro Laborinho Lúcio| Agradecimento especial a Álvaro Laborinho Lúcio
Portugal, 2013-2017, Doc, HDV, Cor, 47’