ENCONTROS EXCÊNTRICOS*
da arte e da educação
*entenda-se excentricidade enquanto exercício de procura da raiz da liberdade
10 OUT | 17H
CINETEATRO VN CERVEIRA
PROGRAMA
Conversa informal entre os convidados, onde aproveitamos para:
. lançar o Programa do Projeto Pedagógico das CdM 2018/19
. apresentar algumas pistas sobre o programa geral das CdM de 2019
. dar a conhecer os projetos da Amarelo Silvestre e da Sonoscopia
. refletir sobre arte e educação com Denise Pollini
CONVIDADOS
Amarelo Silvestre
Sonoscopia
Denise Pollini
COMÉDIAS DO MINHO 2018
Nas Comédias do Minho, o ano de 2019 começa em 2018, com o início do ano letivo.
Porque não queremos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje, começamos agora a envolver a comunidade educativa na nossa programação.
PARA QUE SERVEM ESTES ENCONTROS?
Estes Encontros servem para apresentar o programa do Projeto Pedagógico das CdM e apontar algumas pistas da programação geral.
As Comédias do Minho existem para as pessoas. Para que as pessoas possam escolher estar próximas de nós é importante que saibam o que fazemos, como, porquê e com quem. Assim, estes Encontros servem também para darmos a conhecer melhor a sensibilidade e o pensamento que estamos a construir bem como algumas das pessoas que estarão a trabalhar com as CdM nos próximos tempos, como é o caso das associações Amarelo Silvestre e Sonoscopia. Esteve connosco também Denise Pollini, coordenadora do Serviço Educativo do Museu de Serralves. Estes Encontros servem ainda, e muito especialmente, para que possamos conversar livre e informalmente.
DA ARTE E DA EDUCAÇÃO
Estes são encontros excêntricos porque “vão fora da educação para pensar a educação”1 e se desejam livres e avessos a verdades inquestionáveis.
A arte e a educação são nucleares no nosso projeto e desejamos que estejam cada vez mais ligadas entre si. Rejeitamos, no entanto, qualquer instrumentalização da arte ou perda de autonomia, pois a sua instrumentalização é, do nosso ponto de vista, a negação da arte. É a arte que, por ser arte antes de mais, transporta o potencial educativo. Orientam-nos as palavras de Sophia de Mello Breyner, glosando Teixeira de Pascoaes, “Só a arte é verdadeiramente educativa porque ela não explica mas implica”2.
A educação e a comunidade educativa merecem-nos particular atenção e queremos afirmá-lo e explicitá-lo através destes Encontros pensados especificamente para os seus intervenientes.
Uma escola contém em si muitos mundos, mais ou menos evidentes, múltiplos intervenientes, diretos e indiretos, e ainda papéis variados representados por atores muito diferentes entre si.
Uma escola não existe sem alunos, não existe sem professores.
Imaginamos uma escola, talvez, excêntrica. Orienta-nos uma dimensão utópica, que não prescinde de análise crítica, no sentido de trabalharmos para que aquilo que hoje não é possível possa vir a ser “quando forem removidas as circunstâncias provisórias que obstam à sua realização”3.
Acreditamos numa escola, num mundo, sem muros. Uma escola, um mundo, onde o prazer, o trabalho, a liberdade, a responsabilidade e a diversidade convivem.
Uma escola onde cada professor sinta “que não há ofício mais privilegiado” do que o de ser professor e “despertar noutro ser humano poderes e sonhos além dos seus”4.
Uma escola onde o saber de cada aluno é valorizado e onde o respeito e a atenção à diversidade prevalecem. Uma escola que não prescinde do rigor e que, por isso mesmo, percebe que o rigor é fortalecido pela dimensão artística, porque a verdade está para além dos factos. Uma escola que sabe, como nos ensinou José Mattoso, que as “linguagens poéticas e científicas são interpretações diversas da mesma partitura”5.
As Comédias do Minho querem, assim, contribuir, à sua medida, para que esta escola que tanto desejamos, e que já existe em alguns lugares, se possa tornar uma realidade mais comum.
Estes Encontros acontecerão todos os anos, à vez, num Município associado das Comédias (Melgaço, Monção, Valença, VN Cerveira e P Coura).
1 Arendt, Hannah; Weil, Eric; Russel, Bertrand; Ortega y, Gasset (2000), Quatro textos excêntricos, (seleção, prefácio e tradução de Olga Pombo), Relógio de Água, Lisboa
2 Lúcio, Álvaro Laborinho (2008), Educação, Arte e Cidadania, s.l., Temas & Lemas
3 More, Thomas (1973), Livros de Bolso Europa América
4 Steiner, George (2005). As Lições dos mestres. Lisboa: Gradiva
5 Mattoso, José (2002), A Escrita da História in Obras Completas, vol. 10,
Lisboa, Círculo de Leitores
PROGRAMA:
Conversa informal entre os convidados, onde aproveitamos para:
. lançar o Programa do Projeto Pedagógico das CdM 2018/19
. apresentar algumas pistas sobre o programa geral das CdM de 2019
. dar a conhecer os projetos da Amarelo Silvestre e da Sonoscopia
. refletir sobre arte e educação com Denise Pollini
CONVIDADOS
– Amarelo Silvestre
Constituída em 2009, a companhia de teatro Amarelo Silvestre concretiza as suas atividades a partir de Canas de Senhorim, Município de Nelas. Teatro contemporâneo criado em contexto semi-urbano, atento ao mundo e à vida. Destaque para a dramaturgia em língua portuguesa e para o corpo coreográfico do ator em cena. Palavra e corpo: dois pilares do propósito artístico da Amarelo Silvestre.
A direção artística é assegurada por Fernando Giestas e Rafaela Santos.
– Sonoscopia
A Sonoscopia é um espaço onde confluem artistas relacionados com a música experimental, improvisada e eletroacústica. É um espaço partilhado por um núcleo regular de colaboradores que o habitam e gerem de forma a desenvolver projetos artísticos com o suporte de meios técnicos apropriados. Os objetivos das residências artísticas na Sonoscopia passam pela criação de conteúdos musicais experimentais, preferencialmente com uma relação direta com a linha artística da associação. O espaço da Sonoscopia foi projetado de forma a responder às necessidades inerentes às diferentes fases dos projetos criativos: produção executiva, investigação, ensaios, gravações áudio e vídeo e pequenas apresentações informais. A Sonoscopia é partilhada por um grupo permanente e aberto a participações de colaboradores nacionais e internacionais que querem usufruir das condições físicas do espaço e do ambiente criativo que aqui se vive.
– Denise Pollini
É coordenadora do Serviço Educativo do Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves. Durante mais de quinze anos exerceu a mesma função no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB/FAAP) em São Paulo, onde foi uma das responsáveis pela implementação do Setor Educativo deste Museu. Neste período realizou a formação e a coordenação das equipas de educadores, desenvolveu programas de formação a professores da rede de ensino pública e particular, como também elaborou parcerias entre o programa do Setor Educativo do museu com variadas instituições tais como CECA-ICOM/BR (Comitê Internacional para a Educação e Ação Cultural do Conselho Internacional de Museus, Brasil), Fundação Bienal de São Paulo e Instituto Moreira Salles no desenvolvimento de projetos conjuntos, seminários e conferências.
Em Portugal, tem coordenado os projetos educativos vocacionados para as artes e destinados às escolas, famílias e adultos, além de projetos de inclusão social e intelectual. Desenvolveu em 2016 na Fundação de Serralves a conferência internacional: “Os Museus e seus Públicos” com oradores do Middlesbrough Institute of Modern Art (MIMA) – Reino Unido, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) – Portugal, Museu de Arte do Rio (MAR) – Brasil, Museum of Contemporary Art Chicago (MCA) – EUA, Van Abbe Museum – Holanda.