DATAS
3 – 6 abril 2023
Oficinas Artísticas 12 – 18 anos
Horário 10:00/12:30 . 14:00/16h:30
Inscrições gratuitas até 29 de março:
AQUI ou nos locais indicados:
Arcos de Valdevez | Inscrição na Casa das Artes
Caminha| Inscrição na Biblioteca Municipal
Melgaço | Inscrição na Casa da Cultura
Monção | Inscrição na Biblioteca Municipal
Paredes de Coura | Inscrição na Loja Rural
Ponte da Barca | Inscrição nos Serviços de Saúde e Ação Social
Ponte de Lima | Inscrição na Biblioteca Municipal
Valença | Inscrição na Biblioteca Municipal
Viana do Castelo | Inscrição na EB2,3 Carteado Mena
Vila Nova de Cerveira | Inscrição na Biblioteca Municipal
FÉRIAS MUTANTES | OFICINAS SAZONAIS
As Férias Mutantes constituem momentos de trabalho coletivo imersivo, através das práticas artísticas, que permitem o cruzamento de experiências e de conhecimentos variados e um forte envolvimento dos participantes. Exploramos o “eu”, o “outro”, o “nós” e percebemos a identidade como um processo em permanente construção. Cada grupo é orientado por um artista educador.
INSCREVE-TE AQUI ATÉ 29 DE MARÇO
Estamos em permanente mudança, mesmo que invisível aos olhos. Desde que nascemos, estamos em construção. Somos mutantes. Cada pessoa é única. Cada uma tem uma história só sua. Ninguém tem uma história igual, e todas importam. Que aborrecido seria o mundo se todas as histórias fossem iguais.
Somos feitos de muitos ingredientes. Alguns fazem parte de nós antes mesmo de nascermos. Não pudemos decidir sobre esses ingredientes originais, mas depende de nós o que fazemos com eles, bem como a escolha de outros.
Através de diferentes linguagens artísticas, exploramos o “eu”, o “outro” e o “nós” e percebemos que todos, em algum momento, nos sentimos sozinhos no que pensamos e sentimos. Mas “a solidão a dividir por todos dá menos a cada um”…
Aqui, não queremos ter medo de errar porque errar é uma forma de aprender. Houve até um filósofo que disse: “Se as pessoas não fizessem por vezes coisas disparatadas, nada de inteligente alguma vez se faria”.
Encontra-nos nas redes sociais: @projetomutante
FORMADORES E OFICINAS
ARCOS DE VALDEVEZ | CASA DAS ARTES | TEATRO
RAQUEL ANDRÉ
Sinopse
Um pouco por todo o mundo assistimos a movimentos políticos impulsionados por adolescentes, discursos que nos emocionam, manifestações que nos convidam a gritar com eles, formas de expressão com criatividade e energia, que muitas vezes nos deixam sem resposta.
Acreditando na voz d_s adolescentes como força de uma geração que tomará conta do nosso futuro mais próximo, a palavra é del_s, os manifestos são escritos por el_s. A Liberdade, a Sociedade, o Amor, o Tempo, a Democracia, a Mudança … é questionada por el_s.
Através de uma metodologia de criação a partir de biografias pessoais, objetos pessoais e muita ficção, este workshop tem como objetivo aproximar _s jovens às novas linguagens teatrais. Pretende-se desta forma que através de exercícios de composição cénica percebam que de breves narrativas quotidianas se podem elaborar histórias e composições teatrais.
Nota Biográfica
É colecionadora, formadora, performer e criadora. Doutoranda bolseira no Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras – Universidade de Lisboa e Mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em Artes da Cena, com investigação em Colecionismo nas Artes Performativas. O seu trabalho tem sido apresentado em vários países da Europa, América do Sul e do Norte. No Rio de Janeiro (2011-2014) colaborou com Bel Garcia, César Augusto, Marco Nanini e Fernando Libonati, em criações da Cia dos Atores e projetos no Galpão Gamboa.
Trabalhou com adolescentes no projeto Kcena no TNDMII (2019) e no projeto Labor no Teatro LU.CA (2020). O projeto de 10 anos – Coleção de Pessoas – é uma marca indelével no seu percurso e pensamento nas artes performativas. Uma colecção vasta, multidisciplinar e irrepetível, que reúne 4 projetos: Coleção de Amantes, Coleção de Colecionadores, Coleção de Artistas e Coleção de Espectador_s. Todos as coleções têm como foco a interação e encontro com os habitantes de um determinado território. A partir de encontros um para um, Raquel faz espectáculos, performances, conferências, livros e exposições para criar um arquivo do efémero.
Fotografia © Afonso Sousa
CAMINHA | TEATRO VALADARES | DANÇA
CATARINA LUÍS
Sinopse
A ficção do que somos como mote de movimento, pegando em linguagens diversas, como a dança e o teatro, proponho trabalhar a imaginação como dramaturgia de um corpo.
Um pé triste encontra outro pé triste.
Eles falam sobre isso.
Eles ficam em silêncio.
Eles separam-se.
A exploração do nosso imaginário-memórias como ato de auto-revelação, de conquista de factos identitários.
O espaço onde nos encontramos como ponto de partida para nos conhecermos, usando sempre o jogo da ficção. Lugar seguro para ser e deixar de ser.
Nota Biográfica
A sua formação começa na ACE – Academia Contemporânea do Espectáculo, no curso profissional de Interpretação em 2008. Fez a licenciatura na Escola Superior de Teatro e Cinema e a Licenciatura na Escola Superior de Dança, onde acabou por concluir os estudos em 2015.
Em 2012 colabora com a companhia Fura Del Baus e com a companhia Footsbarn Travelling Theatre, inserido no programa Guimarães Capital Europeia da Cultura. Durante dois anos vem a trabalhar com a coreógrafa Amélia Bentes. Em 2015 interpreta Peça Romântica para um Teatro Fechado, texto de Tiago Rodrigues. Ainda em 2015, tem a sua primeira experiência no cinema, com a longa-metragem Zeus, de Paulo Filipe Monteiro. Participa em vários festivais com o seu colectivo – Espaço Neutro/ACN – criado em 2014, criações que a levam a festivais internacionais, tais como: Festival Furies, em Chalons-en-Champanhe, França.
No seu repertório artístico conta com colaborações nas companhias: Auéééu Teatro, Teatro do Bolhão, Colectivo 84, Teatro da Cidade, Comédias do Minho.
Fotografia © Filipe Ferreira
MELGAÇO | CASA DA CULTURA | MÚSICA
ANTÓNIO-PEDRO
Sinopse
Dois conceitos se confrontarão neste espaço de pesquisa e criação: paisagem sonora e silêncio.
Para fazer música é preciso ouvir mais e mais longe: o mundo é uma imensa partitura sonora gerada pelo acaso. Para fazer música precisamos de silêncio. Então como escutar o mundo? Como tocar o silêncio? Como partir de um território acústico para fazermos a nossa música?
Oficina aberta a todos os que se interessem por música, som, arte-sonora, bandas-sonoras, improvisação, cinema. Não é necessário tocar nenhum instrumento mas caso toquem é aconselhável trazê-lo para a oficina. Não é necessária experiência musical prévia.
O resultado sonoro e visual da oficina será registado em suporte a definir em conjunto com os participantes – vídeo, áudio, escrita e/ou outros.
Nota Biográfica
Músico, cineasta, artista multidisciplinar.
É fundador e codiretor artístico da Companhia Caótica onde cruza música, cinema e artes performativas. Interessa-lhe a biografia no seu sentido lato e político: como é que uma vida, seja a sua ou a de outros, universaliza e problematiza o devir das sociedades?
“Sopa nuvem” (prémio Melhor espectáculo no MOMIX 2014), “Crevescer”, “My Macau” ou “4 OLHOS” são algumas das suas criações multidisciplinares.
Realizou “O homem da bicicleta – Diário de Macau”, “Carta Branca” ou “Nzila Ngola” entre outros filmes, premiados e com circulação em festivais nacionais e internacionais de cinema.
Compôs música cerca de 50 bandas-sonoras, entre filmes de Ivo M. Ferreira, Leonor Noivo, Cláudia Rita Oliveira ou Margarida Leitão e espetáculos de Filipa Francisco, Vera Mantero, Ainhoa Vidal, Joana Pupo, Cie Sac a Dos (Be), Turak (Fr), ou Teatro Meridional.
MONÇÃO | CINE TEATRO JOÃO VERDE | TEATRO
JOÃO MIGUEL MOTA
Sinopse
Nesta oficina iremos desenvolver algumas técnicas para o trabalho de construção de uma personagem. Começando pelo autoconhecimento do próprio corpo e voz através de vários exercícios técnicos e seguindo-se a construção da personagem através da imaginação e da linguagem corporal.
Utilizaremos o trabalho do estudo e observação de um animal como ponto de partida para a construção de uma personagem.
Ao reproduzir a fisicalidade do animal escolhido, o intérprete trabalhará com a sua imaginação e com a memória, encontrando dessa forma várias pistas para o desenho de uma personagem.
Trabalharemos o corpo imaginário, a imagem do corpo através da imaginação criativa, ou seja, o corpo imaginário da personagem que vestirá o corpo do intérprete.
“Imaginar que no mesmo espaço ocupado pelo próprio corpo real existe um outro corpo – o corpo imaginário da sua personagem, que acabou de ser criada na sua mente.” M. Chekhov
Nota Biográfica
Estudou no curso de Teatro/interpretação na ESMAE que concluiu em 1999. Enquanto ator tem trabalhado com várias companhias das quais destaca: Teatro Nacional S. João, TEP; Seiva Trupe; Teatro Plástico; Teatro Nacional D. Maria II; Teatro Nova Europa; Teatro Infantil de Lisboa; Teatro Mundial; Cine Teatro Constantino Nery; Propositário Azul; Ritual de Domingo. Dos encenadores que trabalhou destaca: Ricardo Pais; Norberto Barroca; Gabriel Vilela; Almeno Gonçalves; Álvaro correia; Fernando Gomes; António Durães; Claudio Hochman; Nuno Nunes; Luísa Pinto; Gonçalo Amorim; Sónia Barbosa.
É formador na área do teatro e professor de interpretação desde 2014.
Fotografia @ Hugo Rodrigues
PAREDES DE COURA | CENTRO CULTURAL | TEATRO
MAURO HERMÍNIO
Sinopse
Ser Mutante
-Criar a partir do zero, o zero não existe na natureza. Que belo ponto de partida!
-Se retirarmos as consoantes do nosso nome o que sobra de nós?
O Ser Criatura genuíno.
-Teatro como exercício de organização social.
-Trabalhar poesia a partir de sensações.
-Dinâmica, coro/protagonista.
-Pensar o que é o gesto artístico.
Nota Biográfica
Ator-Criador, com formação artística pela ESTC, a In Impetus e pela ESTAL. É co-fundador e colaborador do COMICALATE (audiovisual) e da companhia do sítio (teatro), onde desenvolve, regularmente, trabalho como criador de projetos, por exemplo, “UNSPOKEN” (2019) com Matilde Jalles. Em teatro, foi intérprete em encenações de Bruno Bravo (2014), de Jorge Silva Melo (2015, Artistas Unidos), de Paulo Cintrão (bYfurcação), de Rogério de Carvalho (2017, GRIOT), de Pedro Sousa Loureiro (OS PATO BRAVO) ou de Ricardo Cabaça (33 ânimos). Em cinema, destaca o trabalho em Bué Sabi (2012) de Patricia Vidal Delgado, O Autor (2016) de Rui Neto, IVAN (2017) de Bernardo Lopes, Ruth (2017) de António Pinhão Botelho, Submissão (2020) de Leonardo António ou A Ilha (2022) de Mónica de Miranda. Em televisão participou em diversas novelas e séries. Recentemente, em teatro, integrou o elenco de “Cosmos” (direção Aurora Negra) e, no audiovisual, das séries “Vanda” (Opto-SIC) e “Abandonados” (RTP), ou do filme “Os Vivos, o Morto e o Peixe Frito” (realização Daniela Ruah).
Fotografia © Joana Correia
PONTE DA BARCA | CASA DA CULTURA | MÚSICA
INÊS LUZIO
Sinopse
Esta é uma oficina não discriminatória, onde todos os tipos de vozes (afinadas e desafinadas), instrumentos (acústicos, eletrónicos, inventados e por inventar) e estilos musicais são aceites. O som e a música servem-nos para expressar toda a diversidade que esta banda espontânea, criada convosco, contém. Reclamamos “voz” para falar sobre quem somos, o queremos ser, e em que bairro, cidade e mundo queremos viver. Esta é uma proposta de composição colaborativa a partir da experimentação sonora e musical de ferramentas diversas, onde se incluem a utilização de diferentes instrumentos, voz cantada, voz falada, recolha de sons e sampling. No final da oficina, vamos assegurar-nos de que as nossas peças (e as nossas “vozes”) se façam ouvir pela cidade.
Nota Biográfica
Música e artista/educadora em contextos formais e não formais de ensino. A sua atividade desdobra-se pela criação e interpretação musical em interseção com outras disciplinas, e pela direção musical e artística em projetos comunitários. Mestrado em Música pela ESMAE (2018), e em Ensino de Música pela Universidade de Aveiro (2022), estudou, também, em Lucerna, Suíça (Mobilidade). Enquanto artista/educadora e diretora musical colaborou e/ou colabora com: Circuito – Serviço Educativo da Braga Media Arts, “Terra a Terra – Projeto LAR” da Orquestra Sem Fronteiras, Projeto CLDS 4G “Paredes Integra”, Mater 17 – COR(P)O Metropolitano da Área Metropolitana do Porto e Programa Educativo da Orquestra Jazz de Matosinhos.
PONTE DE LIMA | AUDITÓRIO DA ESCOLA SECUNDÁRIA | DANÇA
JOANA CASTRO
Sinopse
Que danças surgem quando nos conectamos individual e coletivamente?
A partir da ideia de MUTANTES, propomos olhar os diversos mundos, com exercícios de composição em torno da identidade, das relações humanas, da relação do corpo com o espaço que habitamos ou nos propomos a habitar, descobrindo outras camadas que nos compõem, numa escuta e partilha coletivas, onde cada voz se faz ouvir e onde cada corpo se move e faz mover.
Construiremos a partir do corpo, da voz, do som, do desenho, da palavra, entre outras… valorizando a individualidade e afirmando a diversidade numa dança que se movimenta, transforma, conecta e revoluciona.
Nota Biográfica
Artista desenvolve os seus projetos entre a dança, a performance e o som, tendo apresentado algumas das suas obras em Portugal, França, Bélgica, Alemanha e Brasil.
Das suas criações na área da dança/performance destaca “Perto… tanto quanto possível” (2014), “EVERLASTING” (2016), “SU8MARINO” (2017/18), “RITE OF DECAY” (2019/20), “and STILL we MOVE” (2021), “Darktraces” (2021) e “Darktraces: on ghosts and spectral dances” (2022).
Para além de questões como a morte, o luto, a destruição, a falha e rituais de fim atravessarem a sua vida pessoal e invadirem as suas criações, as questões de género são transversais ao seu percurso, numa pesquisa de um corpo que des(re)constrói a sua imagem e opera em estados ENTRE – no limiar das fronteiras do humano, sem género.
Desenvolve LABIA, um projeto de investigação transmutante e de carácter processual permanente, com diversas residências artísticas e apresentações durante 2023 e 2024.
www.instagram.com/joanacastro_oficial/
VALENÇA | AUDITÓRIO DA BIBLIOTECA | MÚSICA
RITA CAMPOS COSTA
Sinopse
Dar espaço ao erro. Dar cor ao erro. Dar eco ao erro. Dar com a cabeça na parede. Dar. Dar cartas.
Jogar, inventar, definir, baralhar, experimentar, tocar, errar, voltar a tocar, ouvir, ouvir o outro, ouvirmo-nos, com voz, descobrir um caminho novo, deixar lá segredos, guiar os outros, ser guiado.
Aqui vamos passear, nas ruas, e nos muros da nossa cabeça. Jogar com o que é, e o que não é.
Sons curtos, compridos? uma textura, ou um sussurro? Uma canção, uma sinfonia ou percussão corporal?
Nota Biográfica
Com vincada educação artística na música e no teatro, e especializada no Direito à Educação, trabalha em campo como artista-pedagoga utilizando a prática artística coletiva posta em relação como uma forma de juntar pessoas, ideias e mundos. Demarca-se pela transversalidade de público que alcança, dos bebés de colo, aos doentes com Alzheimer, do projeto em campo de refugiados ao trabalho em casas de acolhimento.
É mentora e coordenadora artística e pedagógica do Frenesim, que utiliza a arte como motor de mudança, trabalho pessoal e criação de comunidade fértil.
Integra o ensemble feminino acapela Sopa de Pedra, do qual é cofundadora. Sonha que os dias possam ter 48 horas para que tudo seja possível.
VIANA DO CASTELO | EB 2,3 CARTEADO MENA | DANÇA
HELENA OLIVEIRA
Sinopse
Quantos São Eu?
Esta oficina pretende abordar a diferença entre o indivíduo em conjunto e a unidade, onde os dois sentidos interdependem na lógica de que para construir uma individualidade é necessário um coletivo. A ideia de que existo a partir do outro, da visão do outro será também explorada. Vestir a pele do outro, colocar-se no lugar do outro, escutar o outro, constituem pontos de partida para a criação de uma sonoplastia do quotidiano que se foca em palavras, sussurros, afetos, formas de respirar de cada participante. Este coletivo, composto por vários Eus, movimentar-se-á ao ritmo destas texturas sonoras, tentando levar na pele um lastro do outro. Como metodologia de criação para a prática artística usar-se-á a escrita automática, a leitura de textos, a improvisação e a reflexão.
“EU, palavra que se projeta no espaço, literalmente, sem sabermos bem para onde e até onde. Sou feita de EUS, dos EUS com quem me cruzo, dos EUS em que me reflito, dos EUS que me criam, dos EUS que me fazem tropeçar, dos EUS que me fazem saltar, dos EUS que me fazem sonhar e dos EUS que me fazem vibrar. EU sei que sou tão mínima quanto a palavra, enrolo, desenrolo, grito, rebolo, rasgo, sangro, danço, arranco, e volto ao mesmo estado, ao EU. Sou EU mesma, independentemente do que faça. Espelhando o nosso EU, tentámos a cada dia aperfeiçoá-lo, qualificá-lo, quantificá-lo, avaliá-lo, estupidamente, não há critérios. Cada EU, é tão EU, à sua maneira, única, que o torna um EU. Não há EUS repetíveis. Não há EUS como o mEU. Há EUS que subitamente deformam o nosso EU, que o tornam um EU diferente, o mesmo EU, modificado, o nosso EU é dançante. Viaja de EU em EU, até ao fim de todo o seu reflexo. EU, desde o sangUE à energia intermitente que me percorre a espinha, essa que me fez querer saltar mais alto do que o Sol. Esse EU, construído diariamente, percorrendo a infinita distância que separa o E do U, de olhar em olhar, toque em toque, arranhão em arranhão. O sangUE é a inversão do nosso EU interior, é o EU que nos percorre de forma contrária, de forma bruta e que é escondida. Não há dois sangUES iguais, há misturas deles, há aqueles que encaixam na perfeição, EU com EU, inversamente completando-se, camufladamente por debaixo do EU mais hipócrita. Percorro o mEU EU vértebra por vértebra até ao último suspirar, nada me pertence tão pouco como o mEU EU”
Mariana Ataíde
Nota Biográfica
Coreógrafa e bailarina. Integrou os projetos: Mutantes (Comédias do Minho), TransformArte (Rede de Arte Comunitária de Stª Mª da Feira), Esfera (Ondamarela para a C. M. Braga). Associada fundadora da Plataforma do Pandemónio, concebeu e dirigiu inúmeros projetos com variados coletivos artísticos, como: Escolhas em Movimento, Grupo Poesia no Corpo, Corpo na Poesia (Casa dos Choupos), Ecos Urbanos, Ondamarela e outros. Participou em iniciativas de referência na área, como: projetos ECOAR e Partis (Fundação Calouste Gulbenkian), Palcos Instáveis, DDD, Dias de Património a Norte, Cultura para Todos, Festival Tremor.
https://www.helenaoliveira.pt/
VILA NOVA DE CERVEIRA | BIBLIOTECA | TEATRO
BRUNO MARTINS
Sinopse
Nesta oficina que terá lugar nas primeiras semanas da primavera, talvez a estação do ano que mais aflora os sentidos, proponho que façamos uso deles e que olhemos para a natureza das coisas com um olhar e uma atenção redobrada. Usaremos os sentidos para observar e entender o mundo, e o corpo para interpretar e transpor o movimento das coisas simples que nos rodeiam: objetos, plantas, animais, e nós próprios, humanos.
Que histórias podemos contar sobre nós e sobre o outro, partindo dessa escuta atenta do mundo quotidiano ao nosso redor? Nas primeiras páginas do livro, Ensaio sobre a cegueira, José Saramago escreve o seguinte: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”
A aprendizagem e o ato criativo não serão profundos se apenas fitamos o mundo com o olhar. Para transpor a realidade é necessário um gesto de atenção e escuta redobrada. É preciso ver com os olhos, com as orelhas, com o nariz, a boca, as mãos.
A partir desta premissa, a oficina abrirá um espaço de partilha tão lúdico quanto criativo, desbravando caminho à imaginação, a novos corpos e novos olhares dos participantes.
Nota Biográfica
É ator por formação, criador transdisciplinar por convicção e indisciplinado por natureza. O teatro é a linguagem de onde parte à descoberta de novas formas que se cruzam muitas vezes com a dança, a música e o circo. Tem fobia dos foyers de teatros em dias de estreia e uma enorme falta de vocação para fazer conversa. Iniciou os seus estudos em interpretação na Academia Contemporânea do Espetáculo, no Porto, e especializou- se em teatro-movimento na École International de Thêátre Jacques Lecoq, em Paris.
É, desde 2008, fundador e Diretor-Artista do Teatro da Didascália. É no âmbito desta estrutura que desenvolve o seu trabalho enquanto artista, criando obras com regular circulação pelo território nacional.
Fotografia © João Verso Roldão