UMA TARDE COM MUITAS PERGUNTAS DENTRO
17 de SETEMBRO • 16h30
Auditório CILV
(ESCE-IPVC), VALENÇA
Lançamento do livro “O Principezinho e A mulher mais feia do mundo”, de Afonso Cruz.
Uma conversa com muitas perguntas dentro e utopias em perspetiva
Convidados Afonso Cruz, Álvaro Laborinho Lúcio, José Reis e Liliana Coutinho
Moderadora Maria Vlachou
PROGRAMA
16h30 – 17h
Lançamento do livro “O Principezinho e A mulher mais feia do mundo”, de Afonso Cruz.
Para terminar o ciclo de quatro anos dedicado a uma ideia de justiça, convidámos Afonso Cruz a escrever sobre o tema:
“Quando o principezinho diz que são os laços criados com o Outro que importam e que é por eles que lutamos, nos trocamos, damos a vida, coloca um problema ético: o que acontece a todos os seres que sofrem mas com os quais não criámos laços? Este ensaio trata precisamente disto, tentando uma solução com a ajuda de uma montanha.
Em A mulher mais feia do mundo, vemos como a beleza é complexa, mas também percebemos como se transfigura através dos laços de que fala Saint-Exupéry: a beleza é uma conversa.”
17h – 19h
Uma conversa com muitas perguntas dentro e utopias em perspetiva
Esta é uma conversa com muitas perguntas dentro e com o desejo de ligar o pensamento à ação.
Convidámos algumas pessoas de quem gostamos e que admiramos pelo que pensam, pelo que fazem, pelo que são – Afonso Cruz, Álvaro Laborinho Lúcio, José Reis e Liliana Coutinho.
Para Robert Musil “a utopia é uma possibilidade que pode efetivar-se no momento em que forem removidas as circunstâncias provisórias que obstam à sua realização”.
As Comédias do Minho (CdM) começaram por ser uma possibilidade que se vem efetivando desde 2003. Que outras utopias, outras possibilidades, podem as CdM ajudar a efetivar no território, no país?
José Reis falou-nos um dia de espessura dos territórios e perguntou-nos – “Quão descarados estão disponíveis para ser?”.
Perguntamos – Como podemos ajudar a criar espessura no território?
Que reencantamentos podemos gerar? Roubámos esta ideia a uma conferência programada pela Liliana Coutinho, com o título “A matéria do reencantamento”.
Lembramos uma história de Álvaro Laborinho Lúcio para nos interrogarmos – Como não nos apearmos cedo demais na caminhada em direção à linha do horizonte?
Com Afonso Cruz recordamos que o Principezinho estava preso à sua rosa e todas as outras lhe pareciam irrelevantes. Como cuidarmos daqueles a quem não estamos presos? Como tornarmos todos, cada um e cada uma, relevantes?
Como podemos viver melhor?
Como podemos viver melhor juntos?
CONVIDADOS
AFONSO CRUZ
Além de escritor, Afonso Cruz é também ilustrador, cineasta e músico da banda The Soaked Lamb. Nasceu em 1971, na Figueira da Foz. Mudou-se para Lisboa, onde frequentou a Escola Artística António Arroio. Mais tarde, completou a sua formação na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e no Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira. Fez cinema de animação e viajou por mais de oitenta países. Entre 2008 e 2020, publicou cerca de trinta livros, entre romances, peças de teatro, não-ficção, livros infantojuvenis e uma enciclopédia ficcional. São da sua autoria Paz Traz Paz, Jesus Cristo Bebia Cerveja, Para Onde Vão os Guarda-Chuvas e A Boneca de Kokoschka. Ilustrou e escreveu livros infantis, entre os quais A Contradição Humana, A Cruzada das Crianças, Os Pássaros e Assim, Mas Sem Ser Assim – Considerações de um misantropo, entre outros. Conquistou prémios tão distintos como o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2010, o Prémio Literário Maria Rosa Colaço 2009, o Prémio da União Europeia para a Literatura 2012, o Prémio Autores 2011 SPA/RTP, o Prémio Autores, para Melhor Ficção Narrativa, atribuído pela SPA em 2014, o Prémio Fernando Namora 2016, o Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga/APE, o Selo Cátedra 10, da UNESCO, e o Prémio FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil do Brasil). Recebeu ainda o Prémio Nacional de Ilustração 2014, foi Lista de Honra do IBBY – Internacional Board on Books for Young People e Melhor Livro do Ano da Time Out 2012. Foi convidado pelas Comédias do Minho para escrever o livro O Principezinho e A mulher mais feia do mundo, que marca o final de quatro anos de programação orientados por uma ideia de Justiça.
ÁLVARO LABORINHO LÚCIO
Álvaro Laborinho Lúcio, mestre em Ciências Jurídico-Civilísticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e magistrado de carreira, é juiz-conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça. De janeiro de 1990 a abril de 1996, exerceu, sucessivamente, as funções de secretário de Estado da Administração Judiciária, ministro da Justiça e deputado à Assembleia da República. Entre março de 2003 e março de 2006, ocupou o cargo de ministro da República para a Região Autónoma dos Açores. Com intensa atividade cívica, é membro dirigente de várias associações, entre as quais se destacam a APAV e a CRESCER-SER, de que é sócio fundador. Com artigos publicados e inúmeras palestras proferidas sobre temas ligados à justiça, ao direito, à educação, aos direitos humanos e à cidadania em geral, é autor de livros como A Justiça e os Justos, Palácio da Justiça, Educação, Arte e Cidadania, O Julgamento: Uma Narrativa Crítica da Justiça – e, em coautoria, Levante-se o Véu. Agraciado pelo rei de Espanha, com a Grã-Cruz da Ordem de S. Raimundo de Peñaforte, e pelo presidente da República Portuguesa, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, é membro da Academia Internacional da Cultura Portuguesa e doutor honoris causa pela Universidade do Minho. Em 2014, publicou O Chamador, o seu primeiro livro de ficção, em 2016, o romance O Homem Que Escrevia Azulejos (finalista do Prémio Fernando Namora 2017) e, em 2019, O Beco da Liberdade. As Sombras de uma Azinheira (2022) é o seu mais recente romance.
JOSÉ REIS
José Reis é Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Investigador do Centro de Estudos Sociais. Foi Secretário de Estado do Ensino Superior, Presidente da Comissão de Coordenação da Região Centro e Diretor da FEUC. É doutorado em Economia. Os seus temas de investigação e de escrita são predominantemente três: território, economia institucionalista e economia portuguesa e europeia. Coordena o Programa de Doutoramento em Governação, Conhecimento e Inovação (FEUC-CES).
LILIANA COUTINHO
Liliana Coutinho (Lisboa, 1977) é programadora de Debates e Conferências da Culturgest, em Lisboa. Doutora em Estética e Ciências da Arte pela Univ. Paris 1, é investigadora do I.H.C. – FCSH/UNL e do Institut A.C.T.E – Université Paris 1. Foi responsável, entre 2013 e 2015, pelo Serviço Educativo do Museu de Arte Contemporânea de Serralves. Como investigadora e curadora, colaborou com o CAM – Fundação Calouste Gulbenkian (em publicações, investigação sobre a coleção, conferencias no âmbito do programa educativo, e como curadora da exposição Túlia Saldanha, 2014), M.A.C. Serralves, Le Plateau (Paris), Artistas Unidos e Atelier Re.Al.
É coeditora, com Inês Lampreia, de um livro dedicado aos 10 anos de existência do Festival Materiais Diversos, publicado em 2020. Publicou O delicado fio do comum, em André Guedes: Ensaios para uma antológica, Kunsthalle Lissabon e Cura Books, 2016; No meio da rua tinha um museu, tinha um museu no meio da rua…, em O Museu como veículo de desenvolvimento crítico e social, Cadernos do Atelier Júlio Pomar/ Documenta, 2016; L’objet: ni un fétiche ni une preuve, mais un don pour la performance, in Performance Vie d’Archive, Les presses du réel, 2014; O Coro, outra vez, in Anne Teresa de Keersmaeker em Lisboa, INCM, 2013; On the utility of a universal’s fiction, in Gimme Shelter: Global Discourses In Aesthetics. Amsterdam University Press, 2013; Hearing our pathway – A Sensous Walk, em Mobility and Fantasy in Visual Culture, London: Routledge, 2013; entre outros.
Participou em comités científicos, proferiu conferências em Portugal e no estrangeiro e deu aulas de história da dança e teoria crítica no Fórum Dança e no C.E.M. É Professora convidada na Pós-Graduação em Curadoria de Arte, da FCSH/UNL.
MODERAÇÃO
MARIA VLACHOU
Membro fundador e Directora Executiva da associação Acesso Cultura. Autora do blog Musing on Culture e dos livros Musing on Culture: Management, Communications and our Relationship with People (Ed. Bypass, 2010) e O que temos a ver com isto? O papel político das organizações culturais (Ed. Tigre de Papel e Buala, 2022). Participou no projecto europeu RESHAPE – Reflect, Share, Practice, Experiment, sendo membro do grupo “Arts and Citizenship”. Membro do Conselho Consultivo do Solidarity in Action NetworkFoi Directora de Comunicação do São Luiz Teatro Municipal (2006-2012) e Responsável de Comunicação do Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva (2001-2006). Fellow e membro do ISPA – International Society for the Performing Arts (2018, 2020). Alumna do DeVos Institute of Arts Management at the Kennedy Center for the Performing Arts (Washington, 2011-2013); Mestre em Museologia pela University College London (1994).